sexta-feira, 25 de julho de 2014

INTERNACIONAL ADOTA MEDIDAS CONTRA HOOLIGANS


CORREIO DO POVO 25/07/2014 11:02

Fabrício Falkowski / Correio do Povo

Torcidas organizadas do Inter alugam carteiras de sócios no Beira-Rio. Dirigentes determinaram retorno do exame biométrio na entrada do estádio




Torcidas organizadas do Inter alugam carteiras de sócios no Beira-Rio
Crédito: Fabiano do Amaral


A briga entre 11 torcedores do Inter, que destruiu a loja de conveniências de um posto de gasolina na noite do último domingo, tem novos desdobramentos. O episódio alertou a direção colorada para uma prática até certo ponto corriqueira entre as torcidas organizadas: o aluguel de carteiras de sócios em dias de jogos, fato que rende dinheiro e poder, e tem tudo para ser mais um ingrediente no caldeirão das disputas entre líderes e facções adversárias.

O Inter admite o problema. Tanto que nessa quinta-feira, na reunião que decidiu a suspensão da Guarda Popular e da Nação Independente por dois jogos no Beira-Rio, os dirigentes também determinaram a volta do exame biométrico dos torcedores das organizadas antes dos jogos. A ideia é implantar o mais rápido possível o esquema, que funcionou até antes da reforma do estádio. Os equipamentos já existem, mas são necessárias adaptações no sistema.“Sabemos que o aluguel de carteiras existe. Embora nunca tenhamos visto um caso concreto, já recebemos algumas reclamações sobre o problema”, observa o diretor de Torcidas do Inter, Luis Fernando Martins Oliveira, que completa: “Um episódio como o de domingo serve para alertar sobre várias coisas. O aluguel das carteiras é mais uma delas”.

O esquema funciona assim: em 2011, o Inter criou uma categoria especial de associados para as organizadas. Nela, os adeptos, limitados ao número de 1 mil, pagam R$ 35 por mês para entrar em todos os jogos do Beira-Rio, sem a necessidade de fazer check ou pagar pelos ingressos.

Cada uma das organizadas do clube tem direito a uma quantia desse tipo, mais ou menos proporcional à quantidade de seus integrantes. Como não há uma verificação no portão de acesso antes dos jogos para saber se o usuário é, de fato, o associado, as que sobram são “alugadas” por alguns líderes das torcidas organizadas por preços que variam de acordo com o jogo em questão. “Está rolando venda de carteiras e ingressos com lista em todas as torcidas. Não tem controle”, afirma uma fonte ligada às torcidas.

Chama atenção o fato de cinco dos seis envolvidos na briga não serem associados ao Inter. Em tese, inclusive, eles não estiveram no Beira-Rio para ver a vitória do Inter sobre o Flamengo. Teriam ficado ao redor do estádio, segundo informações do Inter. “O problema ocorreu em um posto de gasolina. Acho que estavam lá”, diz Luis Fernando Oliveira. Não é o que as fontes consultados pelo dizem: segundo elas, todos — ou quase todos — assistiram ao jogo dentro do estádio. E, depois, brigaram.

Nomes na lista são liberados

Além das carteiras, há outra forma de ingressar no estádio em dias de jogos do Inter sem pagar ingresso ou ser sócio: ter o nome em uma lista fornecida pelas torcidas para a direção do Inter. Em tese, tal lista existe para permitir o acesso de músicos, que tocam nas bandas das torcidas. No entanto, o expediente estaria sendo usado para a entrada de qualquer pessoa com bom trânsito entre os líderes — ou com disposição para “contribuir financeiramente” com a torcida.

Torcida suspensas por duas partidas

A Guarda Popular e a Nação Independente foram suspensas pela direção do Inter em virtude da briga entre seus integrantes na noite de domingo em um posto de gasolina. Elas não poderão acessar o Beira-Rio nos dois próximos jogos com “suas faixas, instrumentos musicais e não terão acesso ao estádio como integrantes de organizada”. Seus integrantes de forma individual, porém, poderão entrar normalmente no estádio.

Seis sócios foram excluídos do clube

Além da suspensão, o clube determinou a expulsão do quadro social dos seis associados envolvidos na briga. As outras cinco pessoas envolvidas no episódios, que não eram associadas do clube — e, segundo o Inter, nem assistiram à partida contra o Flamengo —, jamais poderão se associar ao Inter no futuro. A expulsão dos 11 brigões foi recomendada pelo Ministério Público.

terça-feira, 22 de julho de 2014

GUERRA ENTRE TORCIDAS DO INTER



ZERO HORA 22 de julho de 2014 | N° 17867


LEANDRO BEHS



Os bastidores da pancadaria

TORCEDORES DA GUARDA POPULAR não querem que os da Nação Independente usem o trensurb para se deslocar até o estádio



A briga entre integrantes das organizadas do Inter Guarda Popular e Nação Independente, na saída do Beira-Rio, após a goleada de 4 a 0 do Inter sobre o Flamengo no domingo, teve o saldo de uma loja de conveniências depredada, quatro atendentes feridos e 11 torcedores encaminhados ao Presídio Central.

Cinco deles estavam cadastrados pela Guarda Popular e um pela Camisa 12 – também do Inter. Os detidos só deixarão a cadeia após pagar uma fiança estipulada em R$ 10 mil.

Hoje, o delegado Paulo César Jardim os indiciará por dano qualificado, formação de quadrilha e lesões corporais. Com base no Estatuto do Torcedor, também serão enquadrados por participar ou provocar tumultos no trajeto do estádio. O Ministério Público (MP) solicitará ação cautelar para que os 11 sejam impedidos de frequentar os estádios e que se apresentem à polícia em dias de jogos.

Na noite de domingo, integrantes da Popular encurralaram torcedores da Nação. Em menor número, os componentes da Nação se armaram com paus e pedras e correram para dentro da loja de conveniências, onde passaram a ser atacados. Houve depredação, saques e agressões no interior do posto. Os vândalos são, em sua maioria, moradores de cidades como Canoas, Sapucaia do Sul, Esteio e São Leopoldo. O tumulto teve início porque os integrantes da Popular não querem que os torcedores de outras uniformizadas utilizem o trensurb em dias de jogos no Beira-Rio. Nenhum deles estava legalmente impedido de ir ao estádio.

– Eles não querem se cruzar no trem. A Popular quer o trensurb apenas para ela. Esta guerra ainda vai longe – disse uma fonte ligada às organizadas do Inter.

O titular da Promotoria do Torcedor, José Francisco Seabra Mendes Júnior, encaminhará à Justiça pedido para que estes torcedores sejam banidos dos estádios. Também solicitará à BM a suspensão das duas organizadas. O tempo ainda não foi determinado, mas a punição deverá ser válida já para o jogo pela Copa do Brasil no dia 30 de julho.

– Vou pedir uma sanção, Algo que sirva de exemplo, uma punição pedagógica – disse Seabra.

Seabra defende ainda um recadastramento de todas as organizadas da dupla Gre-Nal. Segundo ele, os registros atuais das torcidas estão defasados.

Conforme o delegado Luís Fernando Martins Oliveira, responsável no Inter pelas organizadas do clube, haverá punições aos que forem sócios colorados:

– Se confirmarmos que eles realmente estão cadastrados nas torcidas e são associados ao Inter, serão excluídos do quadro social. Podemos pensar também em sanções a estas organizadas.


Giba, de novo


Gilberto Bitencourt Viégas é o atual líder da Guarda Popular. Não participou da briga com a Nação Independente, mas acabou detido pela Brigada Militar, antes de Inter e Flamengo. Giba – que ganhou alguma notoriedade antes da Copa do Mundo, por anunciar que recepcionaria barrabravas argentinos em Porto Alegre e em Sapucaia do Sul, com 200 ingressos para Argentina x Nigéria, no Beira-Rio – estava impedido de ir ao estádio.

No ano passado, ele participou de uma briga no dia de um jogo do Inter em Novo Hamburgo e foi apontado com suspeito de agressão a um torcedor e a um guarda municipal. Durante a Copa, ele aceitou a medida que o impedia de ir ao Beira-Rio e exigia que se apresentasse a uma delegacia em Sapucaia.

No domingo, porém, Giba participou da caminhada em tributo a Fernandão, no Caminho do Gol, e tentou ingressar no estádio Beira-Rio.

– Ele foi flagrado pela Brigada Militar, pois estava descumprindo ordem judicial. Foi conduzido ao Jecrim do Beira-Rio, onde o juiz Marco Aurélio Xavier determinou o uso de tornozeleira eletrônica e que permaneça a 5 quilômetros de distância do estádio em dias de jogos – disse o promotor José Francisco Seabra Mendes Júnior.


OS DETIDOS. Confira abaixo os nomes divulgados pela Polícia Civil dos detidos na pancadaria. ZH não conseguiu contato com os presos.

-Guilherme de Farias
-Douglas Oliveira de Magalhães
-Emerson Ricardo Fernandes Cordeiro
-Gilberto Anderson dos Santos Rodrigues
-Enemias Flores de Menezes
-Dionatan Vargas Pulter
-Alessandro Ribeiro Sodre
-Rangel Nunes Sielichow
-Cleiton Correa Rodrigues
-Fabiano Costa e Silva
-Roger Ferreira Santos

segunda-feira, 21 de julho de 2014

TORNOZELEIRA PARA LIDER DA POPULAR DO INTER POR DESCUMPRIR DECISÃO JUDICIAL



DIÁRIO GAÚCHO 21/07/2014 | 13h55
Líder da Popular do Inter terá de usar tornozeleira eletrônica. Proibido de frequentar estádios de futebol, Gilberto Bittencourt Viégas, o Giba, descumpriu a medida na partida contra o Flamengo


De acordo com a Promotoria do Torcedor do Ministério Público (MP), Giba assinou um boletim de ocorrência por desobediência e foi intimado a comparecer em cartório para a colocação da tornozeleiraFoto: Pedro Moreira / Agencia RBS



Mauricio Tonetto



Impedido de frequentar estádios de futebol após se envolver em uma briga em Novo Hamburgo em setembro de 2013, o líder da torcida Guarda Popular do Inter, Gilberto Bittencourt Viégas, o Giba, descumpriu a ordem judicial na partida do último domingo contra o Flamengo e terá de usar tornozeleira eletrônica. Flagrado dentro do Beira-Rio, ele foi encaminhado ao Juizado Especial Criminal (Jecrim).


De acordo com a Promotoria do Torcedor do Ministério Público (MP), Giba assinou um boletim de ocorrência por desobediência e foi intimado a comparecer em cartório para a colocação do equipamento de controle. Se descumprir a determinação, terá a prisão preventiva decretada.

– Foi um descuido da minha parte por falta de conhecimento. Eu achei que a proibição tinha acabado com o fim da Copa do Mundo. Não foi e acabei sendo punido mais uma vez. Diante disso, estou de acordo com a decisão – afirma.

Durante a Copa do Mundo, Giba foi proibido de ver as cinco partidas no Beira-Rio e não pode acompanhar a Argentina em outras sedes. Isso porque ele havia falado que receberia um grupo de barra bravas em Sapucaia do Sul, na Região Metropolitana. O líder da Popular teve de se apresentar à Polícia Civil nos dias de jogos na Capital.

No mês passado, Giba foi baleado pela Brigada Militar próximo ao estádio do Internacional. De acordo com o setor de inteligência da polícia, ele estava em um carro com mais três pessoas quando foi abordado em uma rua transversal à Avenida Padre Cacique. Os policiais alegaram que ele fugiu.

Desde abril de 2008, foram registrados 1014 atendimentos nos postos do Jecrim no Beira-Rio (440), Olímpico (485) e Arena (87). Em Novo Hamburgo, onde o Inter disputou parte dos jogos do Campeonato Brasileiro de 2013, foram três ocorrências. Já em Caxias do Sul, desde a implantação do Jecrim, em 2010, foram 72 ocorrências.