CORREIO DO POVO 25/07/2014 11:02
Fabrício Falkowski / Correio do Povo
Torcidas organizadas do Inter alugam carteiras de sócios no Beira-Rio. Dirigentes determinaram retorno do exame biométrio na entrada do estádio
Torcidas organizadas do Inter alugam carteiras de sócios no Beira-Rio
Crédito: Fabiano do Amaral
A briga entre 11 torcedores do Inter, que destruiu a loja de conveniências de um posto de gasolina na noite do último domingo, tem novos desdobramentos. O episódio alertou a direção colorada para uma prática até certo ponto corriqueira entre as torcidas organizadas: o aluguel de carteiras de sócios em dias de jogos, fato que rende dinheiro e poder, e tem tudo para ser mais um ingrediente no caldeirão das disputas entre líderes e facções adversárias.
O Inter admite o problema. Tanto que nessa quinta-feira, na reunião que decidiu a suspensão da Guarda Popular e da Nação Independente por dois jogos no Beira-Rio, os dirigentes também determinaram a volta do exame biométrico dos torcedores das organizadas antes dos jogos. A ideia é implantar o mais rápido possível o esquema, que funcionou até antes da reforma do estádio. Os equipamentos já existem, mas são necessárias adaptações no sistema.“Sabemos que o aluguel de carteiras existe. Embora nunca tenhamos visto um caso concreto, já recebemos algumas reclamações sobre o problema”, observa o diretor de Torcidas do Inter, Luis Fernando Martins Oliveira, que completa: “Um episódio como o de domingo serve para alertar sobre várias coisas. O aluguel das carteiras é mais uma delas”.
O esquema funciona assim: em 2011, o Inter criou uma categoria especial de associados para as organizadas. Nela, os adeptos, limitados ao número de 1 mil, pagam R$ 35 por mês para entrar em todos os jogos do Beira-Rio, sem a necessidade de fazer check ou pagar pelos ingressos.
Cada uma das organizadas do clube tem direito a uma quantia desse tipo, mais ou menos proporcional à quantidade de seus integrantes. Como não há uma verificação no portão de acesso antes dos jogos para saber se o usuário é, de fato, o associado, as que sobram são “alugadas” por alguns líderes das torcidas organizadas por preços que variam de acordo com o jogo em questão. “Está rolando venda de carteiras e ingressos com lista em todas as torcidas. Não tem controle”, afirma uma fonte ligada às torcidas.
Chama atenção o fato de cinco dos seis envolvidos na briga não serem associados ao Inter. Em tese, inclusive, eles não estiveram no Beira-Rio para ver a vitória do Inter sobre o Flamengo. Teriam ficado ao redor do estádio, segundo informações do Inter. “O problema ocorreu em um posto de gasolina. Acho que estavam lá”, diz Luis Fernando Oliveira. Não é o que as fontes consultados pelo dizem: segundo elas, todos — ou quase todos — assistiram ao jogo dentro do estádio. E, depois, brigaram.
Nomes na lista são liberados
Além das carteiras, há outra forma de ingressar no estádio em dias de jogos do Inter sem pagar ingresso ou ser sócio: ter o nome em uma lista fornecida pelas torcidas para a direção do Inter. Em tese, tal lista existe para permitir o acesso de músicos, que tocam nas bandas das torcidas. No entanto, o expediente estaria sendo usado para a entrada de qualquer pessoa com bom trânsito entre os líderes — ou com disposição para “contribuir financeiramente” com a torcida.
Torcida suspensas por duas partidas
A Guarda Popular e a Nação Independente foram suspensas pela direção do Inter em virtude da briga entre seus integrantes na noite de domingo em um posto de gasolina. Elas não poderão acessar o Beira-Rio nos dois próximos jogos com “suas faixas, instrumentos musicais e não terão acesso ao estádio como integrantes de organizada”. Seus integrantes de forma individual, porém, poderão entrar normalmente no estádio.
Seis sócios foram excluídos do clube
Além da suspensão, o clube determinou a expulsão do quadro social dos seis associados envolvidos na briga. As outras cinco pessoas envolvidas no episódios, que não eram associadas do clube — e, segundo o Inter, nem assistiram à partida contra o Flamengo —, jamais poderão se associar ao Inter no futuro. A expulsão dos 11 brigões foi recomendada pelo Ministério Público.
Torcidas organizadas do Inter alugam carteiras de sócios no Beira-Rio. Dirigentes determinaram retorno do exame biométrio na entrada do estádio
Torcidas organizadas do Inter alugam carteiras de sócios no Beira-Rio
Crédito: Fabiano do Amaral
A briga entre 11 torcedores do Inter, que destruiu a loja de conveniências de um posto de gasolina na noite do último domingo, tem novos desdobramentos. O episódio alertou a direção colorada para uma prática até certo ponto corriqueira entre as torcidas organizadas: o aluguel de carteiras de sócios em dias de jogos, fato que rende dinheiro e poder, e tem tudo para ser mais um ingrediente no caldeirão das disputas entre líderes e facções adversárias.
O Inter admite o problema. Tanto que nessa quinta-feira, na reunião que decidiu a suspensão da Guarda Popular e da Nação Independente por dois jogos no Beira-Rio, os dirigentes também determinaram a volta do exame biométrico dos torcedores das organizadas antes dos jogos. A ideia é implantar o mais rápido possível o esquema, que funcionou até antes da reforma do estádio. Os equipamentos já existem, mas são necessárias adaptações no sistema.“Sabemos que o aluguel de carteiras existe. Embora nunca tenhamos visto um caso concreto, já recebemos algumas reclamações sobre o problema”, observa o diretor de Torcidas do Inter, Luis Fernando Martins Oliveira, que completa: “Um episódio como o de domingo serve para alertar sobre várias coisas. O aluguel das carteiras é mais uma delas”.
O esquema funciona assim: em 2011, o Inter criou uma categoria especial de associados para as organizadas. Nela, os adeptos, limitados ao número de 1 mil, pagam R$ 35 por mês para entrar em todos os jogos do Beira-Rio, sem a necessidade de fazer check ou pagar pelos ingressos.
Cada uma das organizadas do clube tem direito a uma quantia desse tipo, mais ou menos proporcional à quantidade de seus integrantes. Como não há uma verificação no portão de acesso antes dos jogos para saber se o usuário é, de fato, o associado, as que sobram são “alugadas” por alguns líderes das torcidas organizadas por preços que variam de acordo com o jogo em questão. “Está rolando venda de carteiras e ingressos com lista em todas as torcidas. Não tem controle”, afirma uma fonte ligada às torcidas.
Chama atenção o fato de cinco dos seis envolvidos na briga não serem associados ao Inter. Em tese, inclusive, eles não estiveram no Beira-Rio para ver a vitória do Inter sobre o Flamengo. Teriam ficado ao redor do estádio, segundo informações do Inter. “O problema ocorreu em um posto de gasolina. Acho que estavam lá”, diz Luis Fernando Oliveira. Não é o que as fontes consultados pelo dizem: segundo elas, todos — ou quase todos — assistiram ao jogo dentro do estádio. E, depois, brigaram.
Nomes na lista são liberados
Além das carteiras, há outra forma de ingressar no estádio em dias de jogos do Inter sem pagar ingresso ou ser sócio: ter o nome em uma lista fornecida pelas torcidas para a direção do Inter. Em tese, tal lista existe para permitir o acesso de músicos, que tocam nas bandas das torcidas. No entanto, o expediente estaria sendo usado para a entrada de qualquer pessoa com bom trânsito entre os líderes — ou com disposição para “contribuir financeiramente” com a torcida.
Torcida suspensas por duas partidas
A Guarda Popular e a Nação Independente foram suspensas pela direção do Inter em virtude da briga entre seus integrantes na noite de domingo em um posto de gasolina. Elas não poderão acessar o Beira-Rio nos dois próximos jogos com “suas faixas, instrumentos musicais e não terão acesso ao estádio como integrantes de organizada”. Seus integrantes de forma individual, porém, poderão entrar normalmente no estádio.
Seis sócios foram excluídos do clube
Além da suspensão, o clube determinou a expulsão do quadro social dos seis associados envolvidos na briga. As outras cinco pessoas envolvidas no episódios, que não eram associadas do clube — e, segundo o Inter, nem assistiram à partida contra o Flamengo —, jamais poderão se associar ao Inter no futuro. A expulsão dos 11 brigões foi recomendada pelo Ministério Público.